“Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.”

Antes de começarmos as apresentações destinadas a esta aula, tratamos de acertar as datas das próximas aulas visto que a professora já tinha referido na aula passada que não puderia estar presente no dia 11 e 18 de Dezembro. Devido a essa ausência a aula de apresentação do projecto e dos portefólios ficou para o dia 16 de Dezembro às 14h30.

O primeiro tema que foi apresentado foi “a Observação” –  “olhar com olhos de ver”, um artigo de Albano Estrela. Quando vi o título lembrei-me logo do livro “Ensaio sobre a cegueira” de José Saramago onde ele dizia “Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara.”.

Todos estamos a utilizar a técnica da observação para realizarmos o nosso trabalho de campo, o ano passado no trabalho de SIP II posicionamo-nos enquanto observadores não-participantes em que simplesmente observamos a dinâmica da instituição de uma forma distanciada sem integrarmos nessa mesma dinâmica. Este ano, com o projecto que estamos a realizar, estamos sem dúvida a adoptar uma posição de observador participante, onde participamos de algum modo na actividade daquele que estamos a observar, pudendo o nosso papel ser mais passivo ou activo (acho que depende muito de instituição para instituição). Na minha instituição posso dizer que estou a ser uma observadora activa pois sinto que, de um certo modo, modifiquei um pouco o “andamento” das actividades que assisti até ao momento, e fui uma mais-valia para o decorrer das mesmas.

Este tipo de observação é o mais adequado para ser utilizado nos projectos de intervenção que estamos a realizar porque possibilita “ao investigador que deseja compreender um meio social que, à partida, lhe é estranho ou exterior e lhe vai permitir integrar-se progressivamente nas actividades.” (Boutin et al, 2010:155). 

O debate sobre a observação foi executada durante a apresentação do próximo tema, isto é, a Isabel apresentou um texto sobre “construção de Questionários” e antes de começar deu-nos uma tabela (figura 1) onde teríamos de a observar, com as categorias já delineadas. Tive alguma dificuldade em preencher a tabela pois não sabia em que papel me posicionar, porque ao estar a observar a apresentação dela e a preencher a tabela, senti que me pus numa posição de avaliadora. A apresentação foi bastante interessante e útil pois a verdade é que todos nós já respondemos a diversos questionários, muitos deles a nível de satisfação de algo, e apesar de parecer simples a sua execução, é bastante complexo.  Após a apresentação foi proporcionado uma actividade por outro grupo: a realização de um questionário com 5 perguntas a um director de um projecto de voluntariado. As perguntas seriam abertas e fechadas. Dividimo-nos em grupos e começamos a fazer. Como já tinha percebido a complexidade de realizar um questionário durante a apresentação, quando começamos a realizar a proposta de trabalho tivemos a certeza disso. Tivemos algumas dificuldades como por exemplo identificar os números da escala para algumas perguntas, mas acho que no final ficou bom. Arranjamos uma pergunta aberta aleatória que consistia em perguntar se era benéfico a presença de mais recursos no projecto, e tinha as opções “Nenhuns” “Recursos Financeiros” “Recursos Humanos” “Recursos Materiais” e “Outros”, onde o inquirido se respondesse “Outros” podia à frente escrever quais.

Convém saber fazer um bom questionário, até porque como a professora referiu, para o próximo semestre teremos de realizar um. Caso o questionário não seja bem feito pode vir a dar bastantes problemas na análise de conteúdo do mesmo, e dessa maneira o questionário em vez de vir esclarecer algo só vem complicar, e isso não é certamente o que se deseja.

Já quase no fim da aula foi apresentado mais um tema, a "Análise de Conteúdo". Para a próxima aula vamos realizar a actividade sobre o mesmo.

Figura 1

Referências:

Boutin, G.; Goyette, G.; Lessard-Hébert, M. (2010). Investigação Qualitativa: Fundamentos e Práticas. Lisboa, Instituto de Piaget. 

 

 

27/11/2014

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