A caminhar para o futuro

Datas: 11/03/2015 (cerca de 4h30 na instituição) e 12/03/2015 (Não fui à instituição - Aula de SIPV)

Objectivos: Recolher materiais para a "Oficina da Criatividade"; Alterar e melhorar os instrumentos de avaliação; Preparar a ida à instituição na próxima semana.

Intervenientes: Mariana e Xana.

Esta semana na instituição alterámos e melhorámos os instrumentos de avaliação. A professora deu-nos feedback e  conseguimos perceber o que estava menos bem. Realmente, havia perguntas que não correspondiam à escala, ou seja, quando passássemos para a fase de avaliar os resultados dos questionários não iriamos conseguir obter os resultados esperados: o que realmente acharam da actividade e como poderíamos melhorar a mesma. Mudámos então a escala de 4 para 6 e alterámos algumas questões de modo a corresponderem com a natureza da escala. Já é a terceira vez que alteramos os questionários e penso que desta é de vez. Agora é aguardar o feedback final da professora para nos pudermos focar noutras fases. Eu sei que (só às vezes) sou um pouco chata e quero sempre fazer as coisas bem à primeira, ou quando faço quero logo que a professora me diga se está bem ou não, mas é porque não gosto de deixar as coisas pendentes. E prefiro ter uma coisa feita e focar-me noutra a 100%, do que estar a fazer duas coisas a 50%. Enfim, feitios…  

Na próxima semana, já combinamos com a Ana e vamos com ela à instituição na Quinta-Feira depois da aula. Vamos treinar um pouco a actividade, pôr a sala como queremos e treinar a nossa oralidade. Acho que este dia vai ser muito útil para percebermos o à vontade que cada uma tem, a linguagem que usa tanto verbal como corporal e acima de tudo apontar os aspectos a alterar/melhorar. Decidimos fazer a preparação já na próxima semana também pela Ana. Quero ver se ela já se sente mais à vontade comigo e com a Xana e se o facto de estar a ir à instituição sozinha a está a ajudar a ter mais confiança nela e a sentir-se mais autónoma. Trabalhar com a Ana está a ser bom no sentido que eu sei que ela é o oposto de mim (pelo menos em termos de facilidade de adaptação) e por isso quero que com a minha ajuda e da Xana, enquanto grupo, ela evolua e ganhe confiança nela própria.

Bem, mas esta semana foi extremamente positiva tanto a nível académico como pessoal.

Parece que me estou, finalmente, a encontrar e a conseguir delinear o meu caminho com motivação e esperança. Na Quarta-Feira, antes de ir à instituição, fui até à Gulbenkian falar com a Dtrª Margarida que trabalha no departamento de gestão. Tinha combinado com ela já a semana passada, é amiga dos meus pais há muitos anos e a minha mãe aconselhou-me a falar com ela para me aconselhar quanto ao mestrado que tenho em mente seguir “Organização e Gestão de Educação e Formação”. Percebi que só a licenciatura é demasiado abrangente e é mesmo necessário seguir com um mestrado. Às vezes ponho-me a pensar “E se me perguntarem o que aprendi durante estes três anos da licenciatura? Não sei nada teórico em concreto”, mas realmente o que aprendi e continuo a aprender são competências que futuramente no mercado de trabalho é exigido. Como a organização, o trabalho em equipa, a gestão do tempo, a oralidade, entre outras. Sinto que essas competências estão bastante mais fortalecidas após estes três anos. Obviamente que em termos de noções básicas sobre determinadas temáticas também sei. Como a convidada da aula de hoje, uma ex-colega da Professora de SIP, evidenciou existem noções e bases teóricas que a licenciatura de Ciências de Educação nos dão que serão uteis em qualquer profissão e que são transversais na área das Ciências Sociais, como a investigação. O testemunho da Catarina trouxe-me esperanças quanto ao meu futuro profissional: existe trabalho para nós!

Sinto-me com motivação para em primeiro lugar terminar esta licenciatura e para depois continuar os estudos no mestrado “Organização e Gestão de Educação e Formação” e quem sabe depois estar numa grande empresa a trabalhar na área de recursos humanos, a recrutar pessoas ou a fazer entrevistas de emprego. Tenho a certeza que quero trabalhar com pessoas e para as pessoas. E como se diz, "a esperança é a ultima a morrer."

Em relação às minhas expectativas para a implementação da actividade que será daqui a um mês (parece muito mas com as férias da Páscoa pelo meio passa num instante!) sinto que vou ser capaz de trabalhar em equipa juntamente com as minhas colegas. Sinto que muitas vezes, ao trabalhar em grupo tenho o papel de líder por conseguir aproveitar as características positivas de cada membro e motivar porque sou uma pessoa bastante positiva. Normalmente sou eu quem distribui as tarefas.

Neste seguimento, a liderança é um dos temas que temos vindo a trabalhar na unidade curricular de Gestão de Organizações Educativas (e que estou a adorar!), e por isso decidi colocar aqui uma pequena síntese do texto "Liderança nas organizações educativas: a direcção por valores" de Trigo e Costa:

As questões da liderança sempre entusiasmaram os estudiosos da ciência organizacional, sendo generalizada a ideia de que se está perante uma das condições para o sucesso das organizações. Assim, Whitaker (citado por Trigo e Costa, 2008: 562) refere que face ao acelerado ritmo de mudanças radicais que as organizações estão a ser submetidas, considera a liderança como o foco crucial para o crescimento e desenvolvimento institucionais. Assim sendo, a liderança tem vindo a assumir um papel de crescente relevo e é apontada como a chave para a mudança dos sistemas educativos e das organizações escolares no sentido de as tornar mais eficazes e aumentar os seus níveis de qualidade.

Segundo Chiavenato (citado por Trigo e Costa, 2008: 565) refere que “ (…) hoje não se controlam mais as pessoas através de regras burocráticas e hierarquia de comando, mas por meio de compromisso com a visão e os valores compartilhados”, ou seja não são as regras que devem reger sobre os valores.

Sergiovanni (citado por Trigo e Costa, 2008: 567) afirma que a liderança moral “sublinha a junção de várias pessoas em torna de uma causa comum tornando a escola (organização) numa comunidade formalmente vinculada”. Esta liderança moral tem como marcas distintivas as pessoas, a comunidade e os valores. As comunidades vinculativas “possuem ideias, princípios, e finalidades partilhadas que criam uma poderosa fonte de autoridade para a prática da liderança” (p. 567), estas comunidades fazem com que as pessoas sintam que fazem parte da instituição e tornam-nas uma parte da mesma.

Trigo e Costa são apresentados três modelos de liderança: (1) A direcção por instruções (Dpl) – Estão ligadas aos modelos clássicos de organização e administração industrial e a autores como Taylor e Fayol; (2) A direcção por objectivos (DpO) – Existe uma preocupação em partilhar com os colaboradores os objectivos do seu trabalho e da organização; e (3) A direcção por Valores (DpV) – Tem como objectivo o desenvolvimento de uma cultura organizacional, uma verdadeira identificação dos membros da organização com a visão e missão da mesma. Acredita-se que uma liderança que se inspire em valores, comunique e dirija através de valores – que seja capaz de mobilizar os seus membros para um diálogo em torno dos valores, desenvolvendo a partir daí uma cultura própria será verdadeiramente facilitadora e inspiradora das mudanças necessárias ao amento da qualidade e eficácia das organizações.

Um líder pode possuir três tipos de consciências morais: (1) Consciência moral pré-convencional – É o raciocínio moral das crianças pequenas (o correcto é o que evita o castigo), mas que adultos também possuem; (2) Consciência moral convencional – Tem a ver com questões morais segundo as normas e expectativas da ordem social; (3) Consciência moral pós-convencional – Este líder é capaz de, com critérios seus, distinguir entre as normas do seu envolvente e os princípios éticos universalmente defensáveis. Este último líder, o pós-convencional, “não se governa pelas convenções ou crenças dominantes mas pelas suas próprias convicções. Tem capacidade para transformar as coisas e dar pleno sentido à sua vida e à dos outros. O líder pós-convencional é aquele que “faz a gestão em si e nos outros” (p. 575)

Deixo aqui também o link do mestrado que pretendo seguir, onde refere as competências que irei adquirir e as unidades curriculares que irei ter no 1ºAno.

www.ie.ulisboa.pt/portal/page?_pageid=406,1823788&_dad=portal&_schema=PORTAL

Até para a semana!

Referências Bibliográficas:

Trigo, J.R. e Costa, J.A. (2008). Liderança nas organizações educativas: a direcção por valores. Ensaio: aval. Pol. Públ. Educ, Rio de Janeiro, v.16, n.61, p.561-582, out./dez. 2008