A entrevista Global
Data: 14/05/2015 (meia hora de tutoria + cerca de 2h na instituição)
Objectivos: Realizar a entrevista global ao nosso tutor – Paulo
Intervenientes: Ana, Mariana, Xana e Paulo.
Bem, esta semana tem sido dedicada a Educação Comparada. Tenho teste na próxima Terça-feira e tenho estado a fazer resumos dos textos, visto que o teste é com consulta os resumos vão ajudar bastante. Sinto-me cansada e tenho estado demasiado horas ao computador, preciso de ir à praia. Ainda bem que a semana passada eu e o meu grupo conseguiu finalizar os resultados das três actividades porque assim não me tive de preocupar com isso ao longo da semana, ah e importante também… ainda bem que faço os diários de campo sempre no dia que vou à instituição. Porque não me estou a imaginar, de todo, a fazer os diários de campo passado semanas de ter ido à instituição. Às vezes acho que as pessoas tentam simplificar a vida complicando. Não custa nada chegar a casa depois de ir à instituição e escrever o que aconteceu, muito mais complicado será escrever 10 ou mais diários de campo à “pressão”. Mas enfim… “Cada um colhe o que semeia”. Já só faltam três semanas para acabar as aulas, mas nestas três semanas temos três testes e dois trabalhos finais para entregar, não esquecendo que depois das aulas acabarem ainda temos três trabalhos para entregar e o relatório final de SIPV. Mas tudo controlado, i hope.
Bom, agora falando do que realmente interessa, hoje tivemos tutoria com a Professora e depois fomos até à instituição para fazer a entrevista ao Paulo. Na tutoria a professora aconselhou-nos a fazer a apresentação dos resultados de maneira diferente. Em vez de apresentarmos gráficos para cada actividade, apresentamos um gráfico que apresente todas as actividades. Vamos aproveitar a próxima ida à instituição para fazer isso visto que esta semana não tenho tempo para mais nada.
Falando da entrevista, correu bem. Durou cerca de 20 minutos mas depois ainda tivemos a falar com o Paulo, numa conversa informal, sobre o nosso desempenho na instituição. O Paulo referiu algo que fiquei um pouco surpreendida, referiu que é visível tanto para ele como para os outros trabalhadores que o nosso grupo é “repartido”. Por um lado eu e a Xana, por outro a Ana. Referiu até que alguns trabalhadores, antes de implementarmos a actividade, pensavam que eramos dois grupos diferentes. Talvez passe isso visto que a Ana este semestre vai num dia diferente do nosso, e visto que ela só "entrou" no grupo a meio do 1º Semestre, e realmente as vezes que fomos as três não foram assim tantas. Mesmo assim, não gosto nada que passe a imagem de um “mau” grupo de trabalho, mas a verdade é que eu sei bem os problemas que estão inerentes ao nosso grupo. Por mais que eu sinta que a Ana está a melhorar em relação à sua postura e à comunicação, ainda não é suficiente. Mas sinto que tanto os nossos conselhos enquanto elementos do grupo e mesmo os conselhos do nosso tutor a estão e vão ajudar futuramente. Nota-se a preocupação e a tentativa de ajuda do Paulo para com a Ana, e isso é bom. Referiu também que a nossa presença na instituição tem impacto no desempenho da mesma. Não no sentido que o nosso projecto seja inovador e que vá ser aproveitado as ideias ou ser implementado, aliás em relação a isso o Paulo tirou-nos qualquer expectativa logo no inicio do semestre. Mas que tem impacto no sentido que leva os técnicos a pensar e repensar nos seus próprios projectos. Chegou mesmo a dizer que somos vistas, muitas vezes, como "ameaças" aos trabalhadores da instituição.
A entrevista permite ao observador participante confrontar a sua percepção do «significado» atribuindo pelos sujeitos aos acontecimentos com aquela que os próprios sujeitos se exprimem” (Boutin et al, 2010: 160)
Em relação à entrevista em si, e à informação que conseguimos recolher, acho que foi positiva. O próprio Paulo referiu que, como não assistiu a nenhuma das actividades implementadas, falou mais do que ouviu falar e do nosso projecto.
Como referi noutro diário de campo, foi a Ana que fez a entrevista. O papel do entrevistador foi debatido nas aulas de SIP no 1º Semestre: Um entrevistador competente é aquele que estabelece uma relação empática com o entrevistador. A sua função é de orientar a entrevista (guião da entrevista), saber "puxar" pelo entrevistado quando a resposta dele é insuficiente, evitar temas tabus (religião, política,), criar um ambiente favorável. A Ana conseguiu fazer a entrevista, e fazer as perguntas de forma clara mas sinto que não “puxou” pelo Paulo. Por exemplo, no principio da entrevista o Paulo estava a dar respostas curtas: “sou o coordenador de actividades pedagógicas”, e com esta resposta a Ana poderia ter perguntado “Que tipo de actividades?”, mas passou demasiado rápido para a outra pergunta sem dar tempo de eu ou a Xana perguntarmos. Não estou a criticar o seu desempenho, nem quero de todo transparecer isso, até porque fiquei bastante contente de ela ter feito a entrevista e sei que foi a primeira entrevista que realizou e via-se que estava mais preocupada em “não fugir” das perguntas do guião. Mas sinto que o Paulo nos põe tão à vontade para perguntarmos, para falarmos com ele, e até para criticarmos que isso poderia ter facilitado a Ana enquanto entrevistadora.
A entrevista é uma técnica “necessária quando se trata de recolher dados válidos sobre as crenças, as opiniões e as ideias dos sujeitos observados” (Boutin et al, 2010:160)
A grande competência que adquiri hoje na instituição foi reflectir, e também ser crítica. Após a entrevista o Paulo referiu que temos de ser mais criticas, não só dizer que tudo o que é feito na instituição é bom mas sim pensar em aspectos que não são assim tão bons. Por exemplo há muito poucas actividades novas a serem implementadas na instituição e há, de certa forma, uma certa "acomodação" da parte das técnicas a fazerem sempre as mesmas actividades. Tem de haver mais ideias, mais projectos inovadores, e é isso que o Paulo tenta que aconteça enquanto coordenador de actividades pedagógicas.
A próxima semana será então para continuarmos a tratar os resultados das actividades.
Referências Bibliográficas:
Boutin, G.; Goyette, G.; Lessard-Hébert, M. (2010). Investigação Qualitativa: Fundamentos e Práticas. Lisboa, Instituto de Piaget.