Back to the Office.

Data: 29/04/2015 (cerca de 7h na instituição)

Objectivos: passar todos os questionários a computador e a organizar os restantes anexos do relatório; Construir os gráficos da 1ªActividade da “Oficina da Criatividade”

Intervenientes: Mariana e Xana.

Sinto que estes próximos diários de campo não vão ser tão empolgantes como os três últimos. Não só para mim, mas para quem os lê. A motivação e o sentimento que senti ao escrever os diários de campo depois de ter implementado a “Oficina da Criatividade” são sem dúvida diferentes do que estou a sentir hoje.

Tal como referi a semana passada, acabámos a fase de execução/implementação do projecto, e começámos hoje a parte da avaliação.

Voltar a ter as Sextas-Feiras livres implica ir à instituição na Quarta-Feira, por isso eu e a Xana encontrámo-nos de manhã para começar a organizar todos os instrumentos de avaliação que tínhamos recolhido ao longo das três actividades.

Hoje o dia foi, como intitulei neste diário de campo (Back to the Office), passado numa sala da instituição a começar a tratar da parte da avaliação das actividades que realizamos, e consequentemente do projecto.

Basicamente o trabalho de escritório que fizemos foi passar todos os instrumentos de avaliação (os questionários de avaliação externa e interna, e os questionários de auto-avaliação individual e em grupo) a computador para ficarem como anexo no relatório. Parece uma tarefa simples e rápida. Simples foi, mas rápido não tanto. Demorámos cerca de 3 horas a passar e a organizar os anexos todos, eram cerca de 17 questionários.

Após esta primeira tarefa começámos a construção dos gráficos da 1ªActividade. Gostaríamos de ter começado também com a análise desses gráficos mas como queríamos saber se era esta a maneira correcta (ou não) de construir os gráficos optámos por enviar primeiro à professora os resultados da 1ªActividade para depois caso estivéssemos no caminho certo começar a analisá-los. Visto que a outra colega do grupo, a Ana, não pôde ir connosco ontem devido a ter um horário diferente do nosso, amanhã irá à instituição começar a analisar/descrever os gráficos que construímos hoje. Em princípio amanha a professora na aula de SIP já nos dará feedback portanto assim percebemos se a Ana poderá avançar ou não então com a análise dos gráficos.

Quando estávamos a sair da instituição cruzámo-nos com o nosso tutor, o Paulo, e aproveitámos para combinar com ele a entrevista final do nosso relatório que vai ser realizada numa Quinta-Feira para que possa ser a Ana a fazer-lhe a entrevista. Ao longo da licenciatura fazer uma entrevista (como entrevistador) é também uma competência que se adquire, e visto que eu e a Xana já tivemos a oportunidade de realizar noutras unidades curriculares e a Ana não, decidimos que seria então a altura de ela fazer. Obviamente que lhe perguntamos se se sentia bem e à vontade para o fazer e ela disse que sim.

A análise de dados é uma das fases de qualquer estudo/investigação. Para fortalecer este diário de campo, irei abordar a fase de tratamento dos dados na Investigação Qualitativa:

Os autores Robert Bogdan e Sari Biklen (1994: 47-51) consideram que são cinco as características da investigação qualitativa: “na investigação qualitativa a fonte directa de dados é o ambiente natural, constituindo o investigador o instrumento principal”; “A investigação qualitativa é descritiva”; “Os investigadores qualitativos interessam-se mais pelo processo do que simplesmente pelos resultados ou produtos.”; “Os investigadores qualitativos tendem a analisar os seus dados de forma indutiva.” e “O significado é de importância vital na abordagem qualitativa.”.

 A organização e a apresentação dos dados reclamam numerosas operações que giram em torno do conceito de tratamento dos dados.

“O tratamento dos dados pode ser entendido como um processo de des-contextualização e de re-contextualização. O investigador pede ao computador que este, a partir de um conjunto de dados, extraia todos os segmentos pertinentes a um dado tempo (sem em nada alterar os dados originais.” Boutin, G.; Goyette, G.; Lessard-Hébert, M., 2010: 116). O Excel é o instrumento que estamos a utilizar mas esta extracção de dados. E que jeito que dá! 

“O tratamento dos dados está relativamente formalizado: quer se trabalhe com dados qualitativos quer com quantitativos, (…) trata-se, sempre, de condensar ou resumir, em seguida, de organizar, estruturar ou decompor em factores para, último, apresentar as relações ou estruturas, daí resultantes. Em suma, o tratamento consiste sobretudo em condensações e representações, operações que só se podem levar a cabo mediante certos modelos já relativamente confirmados e delimitados pelas possibilidades das máquinas que utilizamos para esse fim (Van der Maren, 1987; citado por Boutin, G.; Goyette, G.; Lessard-Hébert, M.) Segundo esta citação, as” máquinas” que utilizámos para fazer o tratamento de dados foram os questionários de avaliação interna e externa, avaliação de satisfação dos participantes e também auto-avaliação (do grupo).

Milles e Huberman (1984; citado por Boutin, G.; Goyette, G.; Lessard-Hébert, M.) definem a fase de tratamento dos dados como a “estruturação de um conjunto de informações que vai permitir tirar conclusões e tomar decisões”. Segundo eles, a operação de apresentação dos dados é, por vezes, negligenciada. No entanto, ela afigura-se mais necessária quanto muitas vezes a forma dos dados e das notas de trabalho de campo ou de entrevistas é a de textos narrativos que, tal como são, não se prestam facilmente a uma consulta visual rápida, factor que é, sem dúvida, de extrema utilidade na redacção do relatório final. No nosso caso, neste trabalho será simples e acessivel a visualização dos resultados, pois ao fazermos gráficos permitem essa visualização fácil e “rápida”.

Apesar do desânimo do início deste diário de campo, sei que fizemos um bom trabalho e conseguimos avançar com esta parte do projecto. 

Para a semana vamos continuar com a construção e análise dos gráficos. E parece-me que este trabalho irá se prolongar nas próximas semanas...

Referências Bibliográficas:

Boutin, G.; Goyette, G.; Lessard-Hébert, M. (2010). Investigação Qualitativa: Fundamentos e Práticas. Lisboa, Instituto de Piaget.

Bogdan, R. & Biklen, S. (1994). Investigação qualitativa em educação. Uma introdução à teoria e aos métodos. Porto: Porto Editora. 

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